Eu vejo vozes
Nas sombras cores tão berrantes
Eu leio os olhos
De milhões de duros semblantes
Eu lhe empresto as asas
Desprendo a mente tão presente
Eu sou a chave
De milhões de portas em frente
Que dão na cara
Trancafiadas por alguém
Eu vôo longe mais perto do fim
Eu sou a mosca que ainda não saiu da sopa
Eu quero forte porque a ventania foge
Quando vem de encontro ao meu pulmão
Eu sou o tropeço
Da ilusão de ser tão somente
A visto os cegos
Mais de cem com seus carros razantes
Eu vendo a sorte
E a sensação de ser o mais forte
Sou a piada
De cem entre burros falantes
Que são as caras
Transfiguradas que dizem amém